O que é espiritualidade prática?

  É muito comum definirmos um estado de sentir, rotular emoções e limitar coisas que são amplas e, exatamente por isso, não podem ser descritas com palavras limitadoras.
Por muito tempo eu me perguntei sobre espiritualidade. O que difere espiritualidade de religião? A religião é ausente de espiritualidade? A espiritualidade existe sem religião? A fé necessita de um Deus para se sustentar? Ou necessita apenas de amor?
  Nos apegamos a uma fé como âncora de nossos medos, anseios e dúvidas, para que através dela, não precisemos percorrer todo o caminho necessário para se chegar à uma certeza. Mas no fim, uma âncora é uma prisão. E que religião não ancora o indivíduo em seu templo? Não nos limita com seu conjunto de símbolos, deuses e espíritos? Escolhemos nossos deuses por afinidade, mas nos utilizamos de figuras limitadas acreditando emanarmos a totalidade de nossa espiritualidade.
  Mas se a espiritualidade e a fé verdadeira não estão na religião, onde estão? A resposta é mais simples do que se pensa. Nas religiões. Não em uma, mas em todas. A espiritualidade é a totalidade que foi repartida entre as religiões. E que só pode ser trazida de volta à unidade pelo amor e respeito do Deus que habita em você pelo Deus que habita no outro.
  A espiritualidade está em reconhecer que a religião do outro contém um pedaço tão importante do Eterno quanto a sua. E que elas não se digladiam. E como eu tive essa revelação? Com o meu amor. Uma católica que, sem receio de perder sua fé, vai a terreiros comigo, conversa com as entidades e já teve provas de que elas são reais, e não se tornou umbandista por causa disso, nem deixou de ter sua fé e amor pelo catolicismo. Espiritualidade é ser católico e pisar no terreiro de umbanda, ser umbandista e ir à um centro espírita, ser espírita e entrar numa igreja evangélica. Espiritualidade é ser capaz de entrar no templo do outro reconhecendo que Deus está ali, sob uma outra forma e que para estar ali não é necessário abrir mão da sua fé. Só é necessário amor.



Muito obrigado, meu amor, por mostrar uma das revelações mais importantes e necessárias para esse arrogante ser que aqui vos fala. Ninguém me faz crescer tanto nessa jornada quanto você.