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sexta-feira, 14 de março de 2014

Retornando à Essência: Uma Velha Senhora

  Minha avó era uma mulher admirável, decidida, forte e, ainda por cima, independente. Nunca vi ela pedir duas vezes a mesma coisa a ninguém. Se não fizessem na primeira, ela fazia. Desde criança, vi minha avó carregar bananeiras nos ombros como se fosse natural de sua idade. Ela já passara dos 50, mas acho que esqueceram de contar pra ela. Lembro-me como a ajudava a plantar, alimentar as galinhas, cortar as bananeiras, erguer paredes de tijolos, fazer cimento e concreto. Eu adorava ajuda-la no meio das plantas que haviam no quintal, e eram muitas. Me sentia numa floresta. Me sujava todo. Eu parecia um macaco quando ela me pedia pra subir nas árvores e amarrar cordas, cortar galhos, colher frutas e coisas assim. Meus pais morriam de medo, mas eu me divertia como se pertencesse àquilo. Isso são só boas lembranças. A influência das coisas se desenrola a partir daqui.

quarta-feira, 5 de março de 2014

Suicídio

  Trata-se de um termo que deriva de dois vocábulos latinos: sui (“de si mesmo”) e caedĕre (“matar”), ou seja, matar a si mesmo.
  Visto seu significado, entendemos que o suicídio tem como objetivo dar fim à existência, mas existe um grande problema com essa definição. Visto que o corpo é um veículo utilizado pela mente, não há provas de que o desvencilhamento da mente em relação ao corpo dê fim à existência do indivíduo, da personalidade e tudo o que se considera sendo “eu”. O suicídio é uma prática comum àqueles que sofrem e acreditam que não há nada que possa resolver sua situação, ou se é fraco demais para reverter sua dor ou sua existência é errônea. Tudo remete finalmente à ideia de que é preciso dar um fim, mas apenas porque se acredita que há um fim.

“Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.” (Antoine-Laurent de Lavoisier)