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sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Pois onde se acham dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles



Continuação da série Meu nome é Legião, porque somos muitos. Pra quem caiu de paraquedas, aqui está a parte 1.

  Richard Dawkins estudou a organização de uma ideia como um gene que se multiplica de cérebro em cérebro, como uma unidade de informação que se replica. Ele chamou essa unidade de meme. Um pensamento que busca o máximo de corpos para se reproduzir como um vírus e dominar o mundo. Parece até filme de terror, né?! Mas a verdade é que é assim mesmo.
  Já sabemos o que é um pensamento. Mas o que acontece quando eles se juntam? A resposta é egrégora. Uma egrégora é o conjunto de energia mental ou pensamentos de duas ou mais pessoas voltado para a mesma finalidade. Egrégora é o que coloca todas as mentes na mesma vibração, na mesma onda. E eu falo literalmente. Cientistas já monitoraram músicos tocando juntos e o cérebro funciona como se fosse um só, como se fossem duas partes de um mesmo organismo. Podem ler a matéria aqui.
  Quando os trabalhos dentro de uma egrégora estão abertos, é claramente perceptível a sua influência. Jung chamou isso de Inconsciente Coletivo, o senso comum chama de Astral. Sabe quando "você sente a energia do local"? É isso. Por exemplo, se você vai à um dojô de karatê, ninguém precisa lhe dizer que ali é um local de disciplina. O próprio local durante o treino diz isso ao seu inconsciente. E o próximo assunto é....

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Meu nome é Legião, porque somos muitos



  O homem é por natureza um animal social. - Aristóteles


  Vemos, ao longo do tempo, que o ser humano teme a solidão desesperadamente. Quando diante do perigo e da fragilidade da sua individualidade, agrupa-se para que possa viver em segurança. Inicialmente, começaremos com a o pensamento da mente grupal, descrito por Le Bon:

"A peculiaridade mais notável apresentada por um grupo psicológico é a seguinte: sejam quem forem os indivíduos que o compõem, por semelhantes ou dessemelhantes que sejam seu modo de vida, suas ocupações, seu caráter ou sua inteligência, o fato de haverem sido transformados num grupo coloca-os na posse de uma espécie de mente coletiva que os faz sentir, pensar e agir de maneira muito diferente daquela pela qual cada membro dele, tomado individualmente, sentiria, pensaria e agiria, caso se encontrasse em estado de isolamento."

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Quando a roda não gira




  O fim de ano chegou. E com ele o arrependimento do tempo perdido desse ano e as frequentes promessas do ano seguinte. Fazemos piadas com isso, mas existe algo muito sério nesse evento. A incapacidade das pessoas de viver o presente.
  Se realmente nos dispormos a fazer aquilo que desejamos fazer, não haveria tantas repetições de desejos futuros. Esse acúmulo é proveniente de desejos não realizados que são agravados pela nova leva de desejos. E assim as pessoas se perdem no caminho da realização, pois chega uma hora que não se sabe nem por onde começar. E quando você começa um, é bombardeado pelos outros e se perde completamente, terminando não fazendo nada.



  O maior artifício, na minha opinião, são dois demônios: A Preguiça e a Luxúria. Essas duas belas mulheres são muito fortes e atraentes. A Preguiça torna tudo muito pouco atraente antes mesmo de começa-las. E a Luxúria torna qualquer coisa mais atraente do que aquilo que você ia fazer. Enquanto a Preguiça se encarrega de fazer você ignorar a tarefa, a Luxúria te dá várias coisas "mais legais" para se fazer. Na verdade, essas coisas são apenas mais prazerosas a curto prazo, mas não dão a satisfação de realização e completude. Motivo pelo qual é preciso repetir as sugestões da Luxúria como um viciado em uma droga.
  O jeito mais fácil de lidar com essas duas? Mostrar quem manda na casa na base da força..... de vontade. No início, parecerá que se faz as coisas por obrigação, porque elas não querem que você faça. Então te atormentam e impedem que você sinta o que está fazendo. Mas a partir do momento em que você for capaz de ignora-las e permanecer consciente e presente no que está fazendo, perceberá que é mais fácil e prazeroso do que se pensava. É só aprender a ignora-las.
  Então, sim, no início, será uma espécie de obrigação. Porque você ainda está tendo um caso com estas senhoritas. Mas quando você se levar a sério e disser pra elas que acabou e parar de abrir a porta pra elas, vai dar tudo certo.