Forja-la é um
processo complexo, demorado, que necessita de dedicação e fé em si mesmo. Criar
a fornalha onde o metal será moldado necessita acender o fogo interior do
julgamento divino sobre a matéria, alimentar o fogo que ilumina a escuridão e
aponta os demônios mais perversos a se combater. Nossos demônios interiores.
Acender esse fogo é reconhecer seus defeitos, sua pele podre e tudo aquilo que
se corrompeu dentro de si. A dor de ver sua casa imunda, sua lindo templo
maculado por seres sombrios, reconhecer os passos errados.
Feito isso, é
chegada a hora que necessita de mais concentração. Forjar a espada no fogo.
Martelar constantemente até que o metal obtenha a forma desejada, se afie e se
torne mortal. Enriquecer a mente e se encher de conhecimento é a arma mais
poderosa contra a ignorância, contra as trevas, contra qualquer opção ruim que
se apresente travestida de benção. É através do ato de forjar que nos tornamos
Hefestos de nós mesmos, de nossa própria personalidade. Nos tornamos
conscientes do mundo externo e interno e, só então, seremos capazes de entrar
nessa luta. Sem a mente adequada, não distinguimos aliados de inimigos e tudo
resultará em perdição.
Forjada a espada,
seu fogo brilha incessantemente sobre as sombras e deixa seus demônios à
mostra. Agora é necessário coragem e humildade. Humildade para reconhecer os
demônios como reais e coragem para se dispor a muda-los, transmuta-los em
anjos. Usar do fogo purificador da espada sobre os vícios e defeitos. Só
através dessas duas virtudes é possível empunhar a espada e ir à luta. Ela é
sagrada e só é capaz de maneja-la aquele que é merecedor. Sem o merecimento
nada é possível ou justo. E se não trabalhar pelo poder necessário para usa-la,
ela será apenas um pedaço de metal enferrujando dentro de você, assim como sua
vontade fraca.
A razão e o trabalho
duro sobre a própria personalidade é capaz de transformar qualquer vício em
virtude. Depende apenas de nós despertar e manter essa força, nos tornarmos
dignos da Espada Flamejante e irmos à luta.
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