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segunda-feira, 19 de maio de 2014

Não Sabemos Amar



  Amamos de várias formas ao longo da vida. Como amantes, como irmãos, como pais, como amigos. As pessoas tendem a colocar graus e degraus para comparar esses amores. Mas aquilo que é diferente não pode ser comparado. O amor que você sente pelos seus amigos é diferente do amor que você sente pela sua família. É besteira, na minha opinião, se ater à discussões deste tipo. Todos são importantes para as pessoas à quem são direcionados e vitais para a manutenção emocional do indivíduo que ama e daquele que precisa ser amado. Mas a plenitude não está em amar e ser amado. Apesar de ser algo bonito e que todos anseiam, encontrar alguém para amar e que nos ame de volta é uma tarefa árdua e exaustiva. Isso é desejo do ego.
Deus é amor e emana a si mesmo incessantemente, sem nunca receber nada em troca. E o mesmo deveria ocorrer conosco. Nos desprendemos do Criador pela vontade de despertar nossa própria luz, sermos como ele, mas somos, em grande maioria, incapazes de fazer como ele faz conosco. Emanar nossa luz sem esperar outra luz em troca. Quantas vezes perdemos a oportunidade de ajudar um estranho? Carregar suas sacolas? Ajuda-lo a atravessar a rua? Pegar um ônibus que não consegue enxergar? Tamanha é a nossa dificuldade de dispor do nosso “precioso” tempo para um completo desconhecido. Perdemos a oportunidade de emanar nossa luz em suas trevas e iluminar um pouco seu tortuoso caminho. Fazemos o máximo por nossos amigos. Muitas vezes coisas que nem precisam, mas estão com preguiça de fazer. E fazemos. E uma idosa com compras pesadas, dentre dezenas que passam por ela, não é ajudada por ninguém. Porque ninguém a conhece. Quando fazemos algo por amor aos nossos amigos, é um amor por um caminho trilhado junto, tempos vividos e lembranças compartilhadas. Mas quando fazemos algo pela dificuldade de um desconhecido é um amor de irmão universal, por nossos espíritos terem nascido da mesma fonte de vida. É uma irmandade que existe há mais tempo do que o homem pode contar. Mas não tem valor para a maioria das pessoas. Esse é o amor mais difícil de ser despertado. O amor incondicional. O motivo de incontáveis espíritos que não encarnam mais na Terra continuarem aqui apenas para auxiliar nossa evolução. É por amor e, unicamente, por isso. Eles nada ganham com a nossa evolução, exceto a alegria de ver um irmão subir um degrau na direção do Criador. Para que, um dia, possamos fazer por outros, o que hoje fazem por nós. E possamos sorrir com a ascensão dos nossos protegidos.

  Quando nos referimos à dinheiro, nos tornamos verdadeiros animais selvagens protegendo nossa cria. Nos negamos a contribuir com nossos míseros centavos para o que seria um valioso alimento de outro ser humano. Ficamos irritados quando moradores de rua nos pedem ajuda, mas doamos dezenas de reais todos os meses para belas instituições com CNPJ. Favorecemos a beleza e não a necessidade. Temos o poder de converter dez centavos em sorrisos, mas preferimos deixar que se transformem em raiva, irritação e, para alguns, até repulsa por aqueles que necessitam. Mas se somos incapazes de nos desfazer desses centavos, sem muitas vezes termos destino para eles, talvez sejamos mais necessitados do que aqueles que nos pedem. E não temos consciência de nossa pobreza de amor.

  Proponho um exercício muito importante de transformação:
  Consiga um pote ou um saquinho de pano. Conforme os dias passam, coloque ali suas moedas do fim do dia. Aqueles trocados que sobram da passagem do ônibus, ou do almoço. Não precisa ser tudo. Como tem que ser de coração, precisa ser correspondente a sua consciência. Essas moedas representam todo o caos, tensão, raiva e insatisfação do seu dia. Agora, alguns devem estar se perguntando o porquê de trabalhar com algo tão sujo. Pois bem. Você vai encher esse saquinho até a Lua Cheia, quando vai levar ele pra rua e doá-lo para alguém necessitado. Não se preocupe em achar alguém para recebê-lo, a sincronicidade vai se encarregar disso. É um trabalho de Alquimia, onde você transforma uma energia maléfica e carregada de densidade na felicidade e alívio de alguém. Eu chamo esse instrumento de Bolsa de Aquário. Àqueles que se propuserem a fazer esse trabalho, me avisem sobre as mudanças que ocorreram logo após a doação.

Que Tudo Prospere!

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