Carregar suas sacolas, ajuda-lo a atravessar a rua ou pegar um ônibus que não consegue enxergar. Tamanha a nossa dificuldade de dispor do nosso “precioso” tempo para um completo desconhecido. Perdemos a oportunidade de emanar nossa luz em suas trevas e iluminar um pouco seu tortuoso caminho. Fazemos o máximo por nossos amigos. Muitas vezes coisas que nem precisam, mas estão com preguiça de fazer. E fazemos. E uma idosa com compras pesadas, dentre dezenas que passam por ela, não é ajudada por ninguém. Porque ninguém a conhece. Quando fazemos algo por amor aos nossos amigos, é um amor por um caminho trilhado junto, tempos vividos e lembranças compartilhadas. Mas quando fazemos algo pela dificuldade de um desconhecido é um amor de irmão universal, por nossos espíritos terem nascido da mesma fonte de vida. É uma irmandade que existe há mais tempo do que o homem pode contar. Mas não tem valor para a maioria das pessoas. Esse é o amor mais difícil de ser despertado. O amor incondicional. O motivo de incontáveis espíritos que não encarnam mais na Terra continuarem aqui apenas para auxiliar nossa evolução. É por amor e, unicamente, por isso. Eles nada ganham com a nossa evolução, exceto a alegria de ver um irmão subir um degrau na direção do Criador. Para que, um dia, possamos fazer por outros, o que hoje fazem por nós. E possamos sorrir com a ascensão dos nossos protegidos.
Quando nos referimos à dinheiro, nos tornamos verdadeiros animais selvagens protegendo nossa cria. Nos negamos a contribuir com nossos míseros centavos para o que seria um valioso alimento de outro ser humano. Ficamos irritados quando moradores de rua nos pedem ajuda, mas doamos dezenas de reais todos os meses para belas intituições com CNPJ. Favorecemos a beleza e não a necessidade. Temos o poder de converter dez centavos em sorrisos, mas preferimos deixar que se transformem em raiva, irritação e, para alguns, até repulsa por aqueles que necessitam. Mas se somos incapazes de nos desfazer desses centavos, sem muitas vezes termos destino para eles, talvez sejamos mais necessitados do que aqueles que nos pedem. E não temos consciência de nossa pobreza de amor.
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