Somos impedidos de
fazer aquilo que queremos a todo momento. Ou, pelo menos, assim pensamos, assim
acreditamos e nos justificamos. Nos iludimos com a idéia de que algo além de
nós mesmos nos impossibilita de fazermos qualquer coisa.
Desejamos
futilidades que nos embriagam o ego e entorpecem nossa visão, desviando nosso
foco daquilo que realmente importa e nos atrapalha. Nos curvamos de bom grado
ao que nos oferecem, sem ao menos cogitar o que há por trás desse prazer
momentâneo e profano.
A Lua reflete sobre
nos a luz do Sol, expulsa as travas em meio a noite nebulosa. Mas o faz com uma
luz torpe, distorcida e parcelada do Sol. Em seu lado escuro se escondem os
demônios que atormentam nossa paz enquanto fogem da luz. A Lua é o primeiro
fragmento aceitável dessa luz, porque o Sol é brilhante demais, fere nossos
olhos se o vislumbramos diretamente. Não estamos preparados para a totalidade
da verdade, ou não a queremos. Por isso contemplamos o brilho da Lua, mesmo que
não seja real, não seja seu. Devemos apreciá-la sem confundi-la com com o Sol,
pois o seu brilho provém dele, mas sua natureza é escura, obscura e oculta.
As ilusões que
encontramos no caminhos são objetos que encobrem o Sol que tanto queremos,
adoramos a Lua com seu falso brilho agradável e ignoramos a dolorosa realidade
dos raios solares que nos machucam os olhos. Devemos fortalecer nossa visão,
diferenciar luas de sóis. Adentrar nas ilusões até o seu âmago e iluminar seu
lado mais obscuro com nossa luz, para que não nos percamos em trevas e ilusões
no meio do deserto.
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