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terça-feira, 22 de abril de 2014

Feliz Dia da Terra

Eostre

  Eostre, ou Ostara, é a deusa anglo-saxã, nórdica e germânica da fertilidade. Representa a primavera e tudo que dá frutos. Ela tinha um afeto muito grande por crianças e estas a seguiam por todo canto. Certo dia, em plena primavera, com as crianças ao seu redor em um jardim, Eostre percebeu um lindo pássaro se aproximar. Pensando em entreter as crianças, ela transformou o pássaro no seu animal favorito, uma lebre.As crianças ficaram deslumbradas com a magia. Mas com o passar dos meses, elas perceberam que a lebre estava triste. Pediram para que Eostre revertesse o encanto, mas não foi possível com a chegada do inverno. Ela disse que o reverteria quando a primavera retornasse.

  Com a chegada da primavera, os poderes da deusa retornaram ao ápice e ela reverteu a lebre ao estado de pássaro, temporariamente. O pássaro, agradecido, pôs ovos em homenagem à Eostre. Quando voltou à forma de lebre, pintou os ovos e os distribuiu pelo mundo. A deusa, arrependida por ter ofendido o livre arbítrio do pássaro, agora uma eterna lebre, Eostre entalhou um coelho na lua. Assim todos se lembrariam do seu erro.

A palavra Easter, que significa Páscoa, vem do nome da deusa Eostre. Seu culto ocorre no primeiro domingo após a primeira lua cheia depois do Equinócio de Primavera. Ele ainda é praticado pelos seguidores da tradição celta.
  O coelho representa a fertilidade da deusa, que é o sagrado feminino, e que assim como a mulher, ele gesta seus filhos por 28 dias, assim como o ciclo lunar.





Omulu

  Omulu é o Orixá das doenças na cultura yorubá. É a ele que se pede cura para as doenças terminais e proteção no momento da morte. A história de Omulu é um tanto triste, pois ele mesmo tem uma doença incurável. Ele nasceu de Nanã, a Orixá dos mangues, lodos e pântanos. Quando Nanã viu que Omulu nasceu doente e deformado, decidiu se desfazer de seu filho. Deixou-o na praia para que as ondas o tragassem e matassem. Mas Iemanjá se apiedou de sua condição, o adotou, cuidou de suas chagas e lhe vestiu com palha-da-costa para que cobrisse seu rosto. Na partilha dos mistérios com os outros Orixás, restou para si apenas a peste, que ninguém queria. Quando o mundo foi açoitado pela varíola, as pessoas fizeram oferendas à todos os Orixás, mas nenhum resolvia. Orunmilá disse que deviam fazer oferendas à Omulu, pois só ele detinha o poder sobre as doenças. E quando as oferendas foram feitas, a varíola cessou. E Omulu recebeu o respeito que lhe era devido.
  Outra lenda conta que, em uma festa, Ogum perguntava por Omulu. Lhe disseram que ele tinha vergonha de estar lá por causa de sua doença. Ogum saiu a colher palha para cobrir seu irmão. Quando este entrou na festa, ninguém quis dançar com ele, com nojo. Apenas Iansã se aproximou para dançar. E ao rodopiar, a ventania levantou a palha de Omulu. E por debaixo da palha, viu-se um homem belo e forte.
  É um Orixá muito mal visto e incompreendido. Como se não bastasse pertencer a uma cultura negra, rege os cemitérios e as doenças. Um prato cheio para os preconceituosos. Mas ele é o curandeiro, o médico, conhecedor de todas as pestes, da medicina. Como senhor dos cemitérios, ele cuida das almas desencarnadas, dos eguns que partem do mundo físico.




Gaia

Gaia é a Mãe Terra, representa o princípio fértil de toda a criação na mitologia grega. No princípio, havia apenas o Caos e dele nascem Gaia, Nix, Eros, Tártaro e Érebo. Gaia dá à luz a Ponto, Urano e as Óreas. Com Urano, ela gera os titãs, e depois os Ciclopes e Hecatônquiros. Vê-se claramente, nessa descrição, a fertilidade de Gaia. Ela representa toda a consciência do planeta Terra e sua capacidade prover frutos, ervas, alimento, água. Ela é, literalmente, a provedora da vida. Também representa o arquétipo de mãe. Ela auxiliou Cronos a derrotar seu pai, Urano, que havia banido os Ciclopes e Hecatônquiros par as profundezas. Para acabar com a tirania de seu marido e por amor aos seus filhos, ela dá a foice que Cronos utiliza para castrar seu pai. Antes de tudo, Gaia é mãe. E sempre fica em favor de seus filhos. E sendo uma deusa da mãe da natureza, lembrem-se que as árvores, plantas, montanhas e tudo que estavam aqui antes dos homens também são seus filhos.

  Reflitam sobre como vocês interagem com essa energia natural. Parem por alguns minutos e visualizem que seus pés são raízes e imaginem um fluxo de energia subindo pelos seus pés enquanto respiram devagar. Vocês são sentir o que se chama de energia telúrica. Acontece o tempo todo, mas dificilmente sentimos. E é assim que eu desejo a todos um Feliz Dia da Terra!

2 comentários:

  1. Eu adorei a lenda de Omulu. Muito fofo

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    1. Né?! Ele é um cara legal. Só é preciso ver além das aparências, como Iansã.

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