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segunda-feira, 14 de abril de 2014

Retornando à Essência: A Reação e o Julgamento

  Primeiramente, peço desculpas pela grande ausência. Eu ando bem atarefado, mas vou fazer de tudo para postar mais regularmente. Hoje eu vim relatar um fato curioso e muito esclarecedor que me aconteceu quando voltava do trabalho. Eu estava prestes a entrar na estação de metrô, quando um senhora já idosa entrou na minha frente. Por causa da chuva, a escada estava molhada e ela descia vagarosamente, muito devagar mesmo. E só havia aquela escada e ela precisava segurar nos dois corrimões. O que impedia qualquer passagem. Havia uma moça ao meu lado e, quando olhei sua expressão, parecia extremamente descontente com o ocorrido. Como se a senhora não devesse estar ali. Ele desceu alguns degraus, uns 6, sem perceber que estávamos atrás dela. Assim como a moça ao meu lado, eu estava prestes a me irritar por haver alguém em meu caminho. Pensamentos negativos e de julgamentos estavam prestes a emergir quando algo surpreendente aconteceu.
  Ela se virou, nos viu e deu passagem. Eu passei primeiro e lhe respondi "obrigado". Ela me respondeu "de nada" com um sorriso tão pleno, tão sincero que toda aquela tormenta em mim se desfez. Quando eu terminei de descer as escadas, eu percebi uma coisa. Eu estava me deixando irritar à toa, por um sentimento de que o mundo deveria me dar passagem e que eu fosse especial o suficiente para não precisar aguardar por nada. A pobre senhora não havia visto que havia pessoas atrás dela, ela só estava fazendo o que eu também queria fazer: descer a escada. E, no exato momento em que viu as pessoas atrás dela, deu passagem. Ela não estava nos atrasando de propósito, para nos provocar ou coisa do tipo. Ela estava ali, tão naturalmente, quanto qualquer pessoa que por ali passa. para pegar o metrô.
  Então eu passei boa parte da viagem refletindo sobre isso. Quantas vezes não perdemos a paciência porque algo não sai do jeito que queremos? Ou porque as pessoas não fazem as coisas que pedimos corretamente? Tudo isso ocorre porque as pessoas são diferentes e não compreendemos seus erros, necessidades, atos conflituosos. Costumamos acreditar que todo conflito que se gera em nossa direção é proposital, enquanto nossos erros são acidentais. O que é uma desculpa esfarrapada do ego autoritário para manter nossa soberba. Reagimos à coisas que não precisamos reagir, porque perdemos a consciência do que é realmente necessário. A senhora não tinha consciência de que estava criando um conflito na passagem, mas no momento em que percebeu, deu fim à ele. Então eu pensei:

  As pessoas não são más em sua totalidade. Muitas vezes, elas não estão despertas e conscientes para as consequências de suas ações.

  E eu também não estava consciente de mim mesmo naquele momento. Senão aqueles sentimentos negativos não teriam começado a aflorar. Eu teria agido e controlado meu emocional e mental. Teria agido e não reagido. Mas que bom que aquela senhora tinha um sorriso e um tom de voz suave pra acalmar minha tempestade.


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