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quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Não são os rituais. É você!



  Durante boa parte do tempo, nos dedicamos a aprender banimentos, consagrações, dezenas de rituais. Depositamos neles a nossa fé, nossa concentração e energia. Mas será que os rituais são tudo aquilo que pensamos.
  Os rituais são bengalas no caminho iniciático. Não me entendam mal. Não estou dizendo que eles são inúteis, ou não funcionam. Mas que, na verdade, eles não são o segredo. O segredo é você.

  Os rituais são gestos e palavras usados numa ordem definida para reproduzir nos mundos invisíveis e visíveis o efeito que desejamos. Através deles canalizamos nossa vontade, a comunicamos ao Universo, e modificamos o mundo à nossa volta. Atentem que eu utilizei as palavras "através deles". Não são eles que realizam a mudança, somos nós. Sem a vontade interior, o ritual é só um conjunto de gestos inúteis. Os rituais são o caminho, mas é você que os percorre. A necessidade dos rituais é consequência da nossa fragmentação e distanciamento da Essência. O Ser existe e expande seu brilho incessantemente, naturalmente. Nós, passamos boa parte da vida perdidos em pensamentos inúteis, ações inúteis, distraídos, adormecidos. O Ser é uma presença que não pode ser descrita, pois não existe fórmula para estar presente.

  Uma caneta que foi usada sempre para escrever poesias, foi consagrada, naturalmente, à arte das emoções, mesmo que nunca tenha passado por um ritual de consagração. E qualquer um que a utilize para o mesmo intuito, provavelmente, sentirá facilidade para escrever suas poesias. Porque a energia de quem a utilizou por toda uma vida ficou imantada ali. É diferente de você evocar energias astrológicas num objeto ou conectá-lo à uma egrégora. Você precisará de um ritual porque não está em sintonia com essas energias, conscientemente. Essa é a necessidade do ritual: se conectar.
  A maior parte do tempo, estamos desconectados até de nós mesmos. Por isso necessitamos dos rituais. Para fazer e refazer as conexões que não temos ou perdemos.
  Vou dar um exemplo de extensão do Ser mais eficiente que um ritual para mudar as coisas. É muito utópico, mas serve pra ilustrar. Imaginemos que limpamos nossa mente. Limpando a mente, limpamos o corpo. Limpando o corpo, limpamos o quarto. Limpando o quarto, limpamos a casa. E se todos fizerem igual, a rua estará limpa. E se todas as ruas estiverem limpas, a cidade está limpa. E assim vai.
  Basicamente, o Ser emana a si mesmo no meio em que está. O meio é reflexo do que são os seres que o constituem. Ou seja, o seu Ser faz magia o tempo todo só por existir. Sem ritual nenhum. Pensem nisso e reflitam se vocês tem depositado em si mesmos a mesma fé que tem depositado nas coisas do lado de fora.


Lembrando que o objetivo do texto não é desmerecer as práticas ritualísticas, mas conscientizar do propósito dos rituais e recordar a importância do Ser que os executa. Espero que tenham gostado.

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